terça-feira, 27 de julho de 2010

O Barqueiro.

Na beira do rio, o Barqueiro perguntou:

"Onde estão as moedas?"

"Não me deixaram com nenhuma", respondeu.

O Barqueiro investigou-a com o olhar. "Da vida, nada se leva". E estendeu o braço para que ela pudesse entrar no barco e fazer a Passagem.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Bati o carro.

Disse-lhe, e tive de repetir para confirmação. A pior coisa que poderia ter acontecido, ele disse. Agora pronto. Seu corpo se arquejou para trás, como se tivesse sido golpeado no queixo. Eu precisava de muita reza para melhorar, porque minha vida estava muito ruim.

O senhor em quem bati foi civil. Trocamos informações. Minha família estava a ponto de vendê-lo, preparando-o, limpando-o, embelezando-o. E agora, a pior coisa que poderia ter acontecido aconteceu.