sábado, 31 de dezembro de 2016

Godofredo, ex-advogado

Esta história de Godofredo ouvi no trabalho, de um colega que contava para outro no intervalo das tarefas. A versão original não era bem esta, mas lhe garanto que esta é melhor.

Diz-se que das sombras não deve-se falar. Esse foi o erro de Godofredo, advogado aposentado, agora fazendeiro no interior.

Há algumas noites, Godofredo ouvia estranhos uivos sempre à mesma hora da noite.

"Devem ser lobos", pensou o ex-advogado.

Mas o que ele não sabia é que, naquela época do ano, lobos caçam apenas patos e não havia um lago ou pingo d'água que fosse na propriedade de Godofredo. Tivesse ele deixado os uivos em paz, talvez as sombras tivessem ido embora com o tempo, talvez não o tivessem notado.

Perto de terminar a história, meu colega teve de voltar à sua burocracia. O tempo fora roubado de mim, assim como de Godofredo, ex-advogado, ex-fazendeiro, agora cadáver.

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