quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Forster e o Amor.

Quanto tempo se precisa para o amor? Esta pergunta soa rude, mas é importante para nossa investigação presente. Dormir leva cerca de oito horas das vinte e quatro, comida cerca de mais duas. Para o amor, ficam então duas mais? Certamente esta é uma generosa concessão. O amor pode se imiscuir em nossas outras atividades, como também o podem a sonolência e a fome. O amor pode começar várias atividades secundárias: por exemplo, o amor de um homem pela sua família pode causá-lo a passar um bom bocado de tempo na Bolsa de Valores, ou seu amor por Deus um bom bocado de tempo na igreja. Mas que ele tenha comunhão emocional com qualquer objeto amado por mais de duas horas por dia pode ser seriamente duvidado, e é esta comunhão emocional, este desejo de dar e de receber, esta mistura de generosidade e expectativa que distingue o amor das outras experiências em nossa lista.¹
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¹ FORSTER, E.M., Aspects of the Novel, 1927.

2 Comentários:

Blogger Giuliano Gimenez disse...

Então, caro Caio,
creio que muitos amores acabam virando novela. ou até muito de vez em quando cuadrinhos.

e o tempo é o grande amigo da esperança.

saudações!

20 de fevereiro de 2011 às 10:28  
Blogger Caio Marinho disse...

Sobre amor virar novela, Giuliano, aqui (http://tinyurl.com/6z5qe7o) tem um post pequenino do Michel Laub sobre a transformação da vida em arte. Bem legal.

Saudações, meu caro.

22 de fevereiro de 2011 às 23:22  

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