sexta-feira, 4 de junho de 2010

A Longa Jornada.

Enquanto batia cuidadosamente e escavava ali nas fundações do mundo, tive bastante tempo para considerar a astuta habilidade dos dedos humanos. Experimentalmente, dobrei um dos ossos longos e esguios. Poderia ter sido silício, pensei, ou alumínio, ou ferro - as células teriam tornado possível. Mas não, é cálcio, carbonato de musgo. Por que? Apenas por causa da sua história. Elementos mais abundantes que cálcio na crosta da terra poderiam ter sido usados para construir o esqueleto. Nossa história é a razão - nós viemos da água. Foi lá que as células conseguiram o hábito de musgo, e elas mantiveram-no depois que viemos para terra firme.

(...)

Talvez não haja sentido nenhum nisto, o pensamento se instalou em minha mente, exceto o da própria jornada, até onde o homem pode ver. Alterou-se com as chances da vida, e as chances nos trouxeram aqui; mas foi uma boa jornada - longa, talvez - mas uma longa jornada sob um sol agradável. Não procure pelo sentido. Pense no caminho que percorremos e tenha um pouco de orgulho. Pense nesta mão - a extrema dor de sua primeira aventura na costa pedregosa.¹
__________________________________________________________
  1. EISELEY, Loren. "The Slit", in The Immense Journey. New York, Vintage Books, 1957.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial